Aderindo ao movimento estadual, encabeçado pela Associação de Municípios do Paraná (AMP-PR) e nacional, pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), prefeituras da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam) se unem nesta quarta-feira (30) em um movimento pacífico contra a queda nos repasses pelos Governos Federal e Estadual, que no segundo quadrimestre deste ano chega a 20%. O protesto tem como tema “Sem Repasse Justo, não dá!”. Todos os 25 municípios de abrangência da Comcam anunciaram adesão ao movimento, decidido após uma reunião online, nessa segunda-feira (28), entre as 19 associações de municípios do Paraná.
Pela proposta, as prefeituras funcionarão em expediente interno, mantendo os serviços essenciais à população. “Vamos fechar as prefeituras para atendimento ao público, mantendo os serviços essenciais como coleta de lixo e limpeza pública, funcionamento do pátio de máquinas, atendimento na Saúde e Educação”, ressaltou o presidente da Comcam, Alexandre Donato, prefeito de Corumbataí do Sul. Os municípios farão também a instalação de banners e faixas em frente às prefeituras com o tema da campanha para chamar atenção dos governos e da população em geral para a situação. “As receitas repassadas aos municípios caíram demais em relação ao mesmo período do ano passado, principalmente nas áreas de Edução e Saúde”, ressaltou Donato. De acordo com números da CNM, 52% dos municípios do Paraná tiveram déficit entre suas receitas e despesas no primeiro semestre do ano. Na Comcam, todas as 25 prefeituras apresentam estas baixas. Para se ter ideia, no primeiro repasse de recursos às prefeituras em julho desse ano, o FPM, principal fonte de recursos de 70% das prefeituras, caiu 34% em relação ao mesmo período de 2022. No primeiro repasse de agosto, a queda foi mais 20% em comparação com igual período do ano passado. “No final fica inviável fechar as contas. E não estamos falando da que do repasse só do FPM e ICMS não: combustível aumentou de preço, horas médicas também, entre outros gastos. O repasse do governo aos municípios só cobriu a inflação, mas tudo aumentou acima”, observou Edenilson Miliossi, prefeito de Barbosa Ferraz, presidente do Consórcio do Desenvolvimento da Comcam (Condescom). “O protesto é pacífico e esperamos realmente chamar atenção do governo para que as coisas aconteçam de verdade porque de promessas já estamos esgotados”, emendou. O vice-presidente da Comcam, Edimilson Moura, prefeito de Terra Boa, é outro que se preocupa com a queda dos repasses aos municípios. Ele foi um dos primeiros prefeitos do Paraná a adotar medidas de cortes para conseguir fechar as contas. Há mais de dois adotou uma série de contenção de gastos. “Sem um repasse juto não dá para continuar. Fica inviável tocar a máquina pública”, argumentou, ao alertar que vários municípios do Paraná e Brasil estão com as contas no ‘vermelho’. “Fechar os serviços públicos não adianta porque vai penalizar a população. Queremos o contrário, mais recursos para oferecer atendimento de mais qualidade. Então encontramos esta forma pacífica de protesto para tentar sensibilizar os governos, deputados e senadores”, falou Moura. O prefeito de Araruna, Leandro Oliveira, ex-presidente da Comcam, vive a mesma situação dos demais prefeitos. Em seu município, ele disse que os repasses caíram significativamente, afetando diretamente as contas municipais. “Uma queda de 20% nas receitas municipais”, relatou. “Nosso objetivo [com o protesto] é também mostrar à população, e espero que ela compreenda, que a situação econômica está complicada aos municípios. Os custos de todos os serviços aumentaram, mas em contrapartida a arrecadação caiu. Desta forma a conta não fecha”, falou. Encontro com a bancada federal do PR Após o manifesto desta quarta-feira (30), prefeitos entregarão, no dia 4 de setembro, suas reivindicações à bancada federal do Paraná na sede da Associação de Municípios do Paraná, em Curitiba, às 8h30. Os municípios estão solicitando também uma reunião com o governador do Estado, Ratinho Junior e com a Assembleia Legislativa, para apresentar uma pauta estadual. Reivindicações Em pauta definida junto a AMP, as prefeituras pedem também: *Aprovação de um adicional do FPM e ainda a colocação em regime de urgência da pauta municipalista, no Congresso Nacional *Agilização da reforma tributária, em tramitação no Senado, que garanta mais recursos para os pequenos municípios; a correção de valores dos convênios, reduzindo as contrapartidas dos municípios *Mais verbas para o pagamento do piso da enfermagem, a repatriação de receita do Exterior em benefícios das prefeituras; mais recursos para o Samu e realização de cirurgias e procedimentos de saúde nos municípios; e o pagamento de emendas parlamentares pelo Governo Federal.Fonte: Assessoria da Comcam